O edifício classificado da Rua 8 está em iminente situação de ruína, pondo em risco a segurança pública com o eventual desprendimento de vários ornamentos que integram a fachada do prédio.
O prédio onde em tempos funcionou a sede do
Sporting Clube de Espinho é propriedade de uma sociedade de empreendimentos imobiliários.
O imóvel adquirido por um promotor imobiliário é classificado de elevado interesse histórico-cultural e arquitectónico no património da cidade.
Face à situação do edifício, aos perigos que representa para o domínio público e à obrigatoriedade legal de preservar a fachada principal ou garantir a sua replicação, a Câmara Municipal de Espinho elaborou um conjunto de relatórios técnicos que identificam as condições e requisitos exigidos ao proprietário para o desmonte da fachada.
Assim, recolhidos todos os dados e analisados todos os parâmetros técnicos, arquitectónicos, históricos e culturais para este complexo processo de demolição, o proprietário do imóvel e requerente compromete-se de forma setorizada a proceder à contenção e controlo dos edifícios consolidados, existentes a Norte e a Sul do imóvel a demolir.
O requerente compromete-se a reconstruir todos os elementos decorativos da fachada, a desmontar os ornamentos que se encontram em estado de ruína ou desprendimento. Alguns destes elementos decorativos, varanda, beiral e cornija serão retirados de modo a serem reproduzidos de forma mais precisa.
Relativamente aos materiais a utilizar sugeridos e impostos pelos técnicos municipais na reconstrução, o proprietário compromete-se a realizar e demonstrar a salvaguarda de todos os elementos ornamentais de acordo com a traça original e a matéria-prima utilizada.
A autorização da eventual demolição do edifício só será concedida depois de comprovada a capacidade técnica de repor na íntegra as características originais deste exemplar arquitetónico que faz parte do património da cidade.
Todo este processo será rigorosamente monitorizado e acompanhado pelas equipas técnicas do município, nomeadamente do Urbanismo, Planeamento Estratégico e Cultura e Museologia.
Espinho, 24 jan.:
A antiga sede do Sporting Clube (SC) de Espinho poderá ser demolida devido ao seu estado de degradação, anunciou hoje a autarquia, impondo como condição que o proprietário garanta a reconstituição da traça original do imóvel.
“O edifício classificado da rua 8 está em iminente situação de ruína, pondo em risco a segurança pública com o eventual desprendimento de vários ornamentos que integram a fachada do prédio”, revelou fonte da Câmara Municipal de Espinho.
Após avaliação técnica do local, a autarquia diz estar disposta a autorizar que a sociedade imobiliária detentora do prédio avance para a demolição, mas, dado que o edifício está “classificado como de elevado interesse histórico-cultural e arquitetónico”, impõe “rigorosas condições” à emissão da devida licença.
“A autorização só será concedida depois de comprovada a capacidade técnica [do proprietário] para repor na íntegra as características originais deste exemplar arquitetónico que faz parte do património da cidade”, declara a fonte do município.
Em estilo Arte Nova, a antiga sede do Sporting Clube de Espinho começou por ser um balneário marinho, inaugurado em maio de 1915, e já então se apresentava em planta retangular com dois pisos e sobreloja. Na fachada continua a exibir pilastras assentes sobre pedestais e uma porta com verga curva, decorada com motivos vegetalistas e encimada por um óculo circular.
“Face à situação do edifício, aos perigos que representa para o domínio público e à obrigatoriedade legal de preservar a fachada principal ou garantir a sua replicação, a Câmara Municipal de Espinho elaborou um conjunto de relatórios técnicos que identificam as condições e requisitos exigidos ao proprietário para o desmonte da fachada”, diz a mesma fonte.
Um deles é que o proprietário do imóvel se comprometa de forma sectorizada “a proceder à contenção e controlo dos edifícios consolidados a Norte e a Sul do edifício a demolir”, após o que terá que “reconstruir todos os elementos decorativos da fachada e desmontar os ornamentos que se encontram em estado de ruína ou desprendimento”.
Beirais, varandas e cornijas serão assim retirados do edifício original e sujeitos a reconstituição, de forma a que possam ser reproduzidos de forma “mais precisa”.
No mesmo sentido, todos os novos materiais a aplicar no prédio estarão sujeitos à avaliação de técnicos municipais para garantir que a reconstrução salvaguarde “todos os elementos ornamentais de acordo com a traça original e a matéria-prima [nela] utilizada”.
in Lusa