O centenário do nascimento de António Gaio foi assinalado na noite de 18 de julho com uma sessão evocativa no Fórum de Arte e Cultura de Espinho, numa organização da Cooperativa Nascente. A data serviu para homenagear uma das figuras mais marcantes da história cívica, cultural e associativa do concelho — fundador do jornal Maré Viva, impulsionador do festival CINANIMA, dirigente associativo, político local e dinamizador do movimento cooperativo.
O auditório encheu-se para esta homenagem, que contou com a participação de várias personalidades que cruzaram caminhos com António Gaio ao longo das últimas décadas. Durante a sessão, foi ainda exibido um vídeo documental realizado pelo Centro Multimeios de Espinho em 2012, aquando de uma homenagem promovida em vida ao próprio.
O programa incluiu também um momento musical, com o guitarrista Paulo Vaz de Carvalho a interpretar peças inspiradas na obra de Carlos Paredes, terminando com um Porto de Honra aberto a todos os presentes.
Na sua intervenção, a Presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz, destacou a relevância desta evocação, considerando António Gaio “um dos mais extraordinários cidadãos que Espinho conheceu ao longo do último século”. Sublinhou que a sessão não foi apenas uma celebração do passado, mas também “uma forma de relembrar valores, práticas e formas de estar que nos deviam inspirar pelo exemplo ainda hoje”. Na sua visão, Gaio foi “homem de cultura e homem de ação, jornalista e dirigente associativo, político e agente educativo, servidor da cidade”, alguém que “sem nunca ter procurado os holofotes, deixou uma marca profunda em tudo o que tocou”.
A sessão evocativa procurou, assim, mais do que recordar o passado, sublinhar a atualidade dos valores que António Gaio defendeu: rigor, compromisso, persistência e espírito de cidadania. Um exemplo intemporal, celebrado com justiça e sentido coletivo.