Espinho foi palco do I Encontro Internacional Ferroviário de Espinho, na passada quinta-feira, dia 22 de Junho, na Praça do Progresso. O evento, que contou com a participação (via zoom) do Secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, integrou o projecto “À Volta do Vale das Voltas”, um programa de dinamização cultural promovido pela Associação de Municípios das Terras de Santa Maria em parceria com os municípios que integram a Associação12.
O objectivo do encontro foi debater o presente e o futuro da Linha do Vouga, uma infraestrutura ferroviária centenária que liga Espinho a Aveiro, passando por vários concelhos da região. A Linha do Vouga tem um importante valor histórico, cultural e turístico, mas enfrenta também vários desafios e problemas, como o estado de degradação, a falta de modernização e a baixa oferta de serviços.
A presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz, abriu o encontro, destacando a importância que o “Vouguinha” teve para o desenvolvimento de Espinho e alertando para a urgência de encontrar consensos que permitam avançar rapidamente para a requalificação da linha. A autarca referiu que a linha tem um grande potencial para a mobilidade e a acessibilidade da região, mas que é preciso evitar os “debates indetermináveis” e as “soluções utópicas” que podem colocar em risco a sua continuidade. Maria Manuel Cruz apresentou ainda algumas sugestões para melhorar o serviço e a integração da Linha do Vouga com a Linha do Norte, como a correcção do traçado, a redução dos tempos de viagem, a modernização do material circulante e a implentação do sistema andante.
O Secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, salientou que o governo quer um futuro para a Linha do Vouga e que está empenhado em recuperar e manter a sua integridade entre Espinho e Aveiro. O governante reconheceu o estado de degradação em que se encontra a linha e disse que o objectivo é melhorar para aumentar o número de passageiros. Frederico Francisco afirmou ainda que a conversão da linha para bitola ibérica não significa uma melhoria de serviço e que os impactos e custos da obra seriam maiores. Por isso, a opção será recuperar a linha de forma a cativar passageiros na região.
O encontro contou também com as intervenções de representantes de museus ferroviários nacionais e internacionais, que partilharam as suas reflexões sobre a ferrovia. No final, foi apresentado o livro e um breve excerto do filme “À Volta do Vale das Voltas”, que retratam a história e o património da Linha do Vouga.