Casa cheia. Foi desse modo que “Os Contarilhos” estrearam o primeiro de seis es-petáculos no Auditório Nascente no passado domingo. Entre músicas, contos, palavras, sons e muitas risadas, o entusiasmo foi tal que o elenco volta a pisar o palco já no próximo domingo, dia 11, às 17h00.
Crianças sentadas num tapete no centro do espaço, filas de cadeiras completamente preenchidas e a “chegada do Inverno” fazia-se sentir. Não tanto pelo frio que teimava em instalar-se lá fora com o entardecer do dia, mas pela entrada de Rita Betânia, António Paiva e Fábio Henrique em cena. Acompanha-dos de guarda-chuvas com pequenas bolas penduradas, que nos remetiam para as gotas de chuva ou flocos de neve, entraram cal-mamente por entre o público até chegarem ao palco, onde se situava uma paragem de transportes. Mas o destino não estava bem definido. Joaquim Fidalgo, o motorista, insistia em saber para onde queriam ir. O Inverno chegara e a vontade do trio em viajar parecia ser a intenção de reencontrar um calor confortável ou o Sol. “Velho, velho, velho, chegou o Inverno” foi a primeira cantiga que introduzia o público para o que aí vinha e que, timidamente, ia acompanhando.
Seguiu-se uma história, inscrita num livro de páginas muito largas, contada pela Rita e pelo António. Seguiu-se um relato de Fábio que, somente iluminado por uma luz branca por baixo do seu rosto, narrava uma história inquietante e de desassossego sobre uma perseguição que, afinal de contas, não passava de um sonho. A primeira ovação ao elenco fez-se ouvir.
Veio então a bonita fábula entre um coelho e um ouriço, na qual a amizade, a saudade, a perseverança e a demonstração de senti-mentos eram a tónica da narrativa. E, ainda sobre animais, Rita, António e Fábio foram (tentar) caçar um urso. Uma sucessão de dificuldades foram sendo ultrapassadas. Atravessaram ervas, um rio, lama, floresta e até um nevão. Nenhum deles tinha medo e a motivação para caçar o urso mantinha-se em alta. Mas ao chegarem a uma caverna e avistarem o urso… Rapidamente fugiram pelo percurso que haviam feito e fecharam-se em casa, debaixo de lençóis. A promessa entre os três foi de que nunca mais iriam à caça do urso – uma representação que valeu muitas risadas e aplausos.
Houve ainda tempo para uma cantiga pro-tagonizada por Inês Eggers e Joaquim Fidalgo; a leitura de uma carta muito engraçada ao Pai Natal por António Paiva, assim como do “Livro sem bonecos” – narrado pelo Fábio Henrique – que conquistou muitas gargalha-das e a boa-disposição dos meninos e das meninas. Joaquim Fidalgo foi o centro das atenções quando leu um texto reflexivo sobre que há ou não há, e Rita voltaria a contar uma história sobre o presente oferecido pelo Pai Natal ao Menino Jesus, que o viria a guardar por vários anos: um cavalinho de pau com crina dourada.
A despedida foi acompanhada de uma música que, a pouco e pouco, distribuía bei-jinhos e abraços por vários nomes que iam sendo ditos. E, para não findar, toda a gente foi convidada a ir para casa a cantar. No fim, pequenas “bolas de neve” foram “atiradas” e serviram como um brinquedo para interagir com os mais novos no fim do espetáculo.
A pedido de muitas famílias, amigos e amigas, “Os Contarilhos” regressaram ao palco no passado domingo, no Auditório Nascente, pelo que a sessão programada para janeiro será cancelada.
