No passado Sábado, dia 25 de Março, decorreu em Espinho entre as 10h e as 19h, nas instalações da APAM, a primeira ação de formação em artes marciais Vietnamitas acreditada pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) para treinadores de desporto.
Este é um marco importante nas artes marciais Vietnamitas em Portugal, pois tratou-se da primeira realizada em território nacional. A ação de formação foi ministrada por Jorge Belinha, 6ºDang de Vo-Co-Truyen (reconhecido pela World Federation of Vo-Co-Truyen Vietnam – WFVV), e contou com o precioso contributo de Mestre Carlos Tavares, 7ºDang WFVV. Esta ação de formação foi dinamizada e organizada pela Federação Portuguesa de Artes Marciais Vietnamitas (FPMAV), tendo resultado da parceria entre a FPAMV e a Federação de Lohan-Tao Kempo (FPLK), federação com utilidade pública desportiva e creditada no IPDJ como entidade formadora.
Durante a ação de formação foram transmitidas formas de competição de mãos vazias de Kempo Vietnamita, em particular formas de Vo-Co-Truyen Vietnam e Viet-Vo-Dao. O Vo-Co-Truyen Vietnam é um movimento que agrega vários estilos de artes marciais tradicionais de origem Vietnamita praticados no Vietnam.
O Viet-Vo-Dao é um movimento similar que nasceu na Europa que congrega estilos de artes marciais de origem Vietnamita originários fora do Vietnam (criados e desenvolvidos pela diáspora Vietnamita). Além das formas de competição foram transmitidas as suas aplicações práticas de combate corpo-a-corpo. Nesta ação de formação as formas de competição de eleição foram o Lao-Mai-Quyen (uma das 10 lições base do Vo-Co-Truyen Vietnam) e o Bo-Phap-Quyen (uma das lições de Mestre Tran-Huu-Ha, fundador do Viet-Vo-Dao em Portugal).
Além da componente técnica, a ação de formação contou com uma componente teórica, na qual se abordou a história do Vietnam, o enquadramento histórico das artes marciais Vietnamitas no Vietname, na Europa e em Portugal. A apresentação de registos e documentação histórica permitiu desmistificar dogmas infundados e o folclore provinciano apregoado em algumas escolas de artes marciais vietnamitas em Portugal. Após as 8 horas de formação, apesar do cansaço físico, era mais que evidente a satisfação dos participantes.
A boa disposição, alegria e motivação dos participantes durou do primeiro ao último minuto da ação de formação.
