Em 2015 o FEST traz a Portugal algumas das mais relevantes curtas-metragens de ficção a nível mundial. Trinta e um filmes de vinte e um países estarão em competição para os prémios oficiais e do público.
Exibindo uma larga variedade de estilos e correntes, é inevitável destacar que o programa de curtas de ficção inclui trabalhos inequivocamente obrigatórios, como é o caso do já muito badalado Leidi, do colombiano Simon Mesa Soto, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, entre muitos outros prémios, que nos oferece um retrato do dia a dia numa favela Colombiana. Come and play da Russa Daria Belova, obra que regressou do sul de França com dois prémios na Semana da Critica, não lhe fica atrás, presenteando nos com uma perspetiva única sobre como diferentes eras coexistem intemporalmente.
Ainda estreados no Festival de Cannes, encontra-se Fragments da realizadora Polaca Agnieszka Woszczynska, uma visão intimista sobre um casal promiscuo em fase de declínio, que esteve em competição na Quinzena dos realizadores, e 37°4 S do Italiano Adriano Valerio, um êxito na competição da Cinéfondation. Importante ainda salientar a presença de uma das curtas mais faladas no grande certame francês, Everything will be ok do alemão Patrick Vollrath, um olhar perturbante sobre os efeitos de um divorcio difícil.
Também da Alemanha se destaca Pale blue dot, um filme que promete não deixar a audiência do FEST indiferente pela sua coragem e tom provocador. Numa nuance francamente oposta, mas não menos destemido, está He took his skin off for me, um filme que tem dado que falar na imprensa especializada pelo impressionante trabalho de caracterização que serve de mote para um romance invulgar.
O humor ganha também novo fôlego com uma serie de obras que se recusam a submeter a convenções. Destaca-se em particular Scrabble do Suíço Cristian Sulser, uma comédia incrivelmente negra sobre um casal de idosos com dificuldades em conter os seus mais negros desejos. O suspense também não está ausente, com a única obra asiática neste secção, Oh! My Princess do Coreano Heewook SA , a fornecer uma dose saudável de tensão, com um retrato de uma viagem de táxi surpreendentemente trágica.
Claro que como é habitual existe um lugar especial para o cinema nacional, com Portugal a ser o país mais representado na seleção de curtas de ficção. Neste campo, celebra-se o regresso de Pedro Almeida, um já velho conhecido das audiências do FEST, que agora traz Por aqui nada de novo. Destaca-se ainda a presença de Os amantes de Sara Marques Moita, um trabalho com ecos de experimental baseado numa tela de Magritte, e o mais recente trabalho de Francisco Lobo, Serafim.
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Selecção final:
Get ripped de Leonardo Van Dijl (Belgica)
Abrase de Toshadeva Palani (Estados Unidos da America)
Orpheus de Tina Smalcelj (Bosnia Herzegovina)
He took the bottle but left the girl de Reinis Kalvins (Letónia)
Pale Blue Dot de Pourya Ezzati Pour (Alemanha)
It’s not about you anymore de Louise De Groef (Belgica)
Milky de Andrée-Anne Roussel (Canada)
Everything will be ok de Patrick Vollrath (Alemanha)
Meantime de Christian van Duuren (Holanda)
Fragments de Aga Woszczynska (Polónia)
Por aqui nada de novo de Pedro Augusto Almeida (Portugal)
A Hole In my Heart de Mees Peijnenburg (Holanda)
Remains de Yotam Ben-David (Israel)
Leidi de Simon Mesa Soto (Colombia/Reino Unido)
Os Amantes de Sara Marques Moita (Portugal)
Playfellows de Ábel Visky (Hungria)
Hurly-Burly de Kuba Czekaj (Polónia)
By Mutual Agreement de Rémy Cayuela (França)
Mercy all the way de Hannaleena Hauru (Finlândia)
Serafim de Francisco Lobo (Portugal)
Scrabble de Cristian Sulser (Suíça)
Sincerity de Andrea Casaseca Ferrer (Espanha)
Disintegration de Alvaro Martin (Espanha)
He took his skin off for me de Ben Aston (Reino Unido)
I call it Love de Elsy Hajjar (Libano)
Come and play de Daria Belova (Alemanha/Russia)
The Collector de Dimitris Argyriou (Grecia)
SPECTRUM de Dimitris Gkotsis (Grecia)
37°4 S de Adriano Valerio (Itália)
Oh! My Princess de Heewook SA (Coreia do sul)
The Cutting Room de Marco Velez (França)
