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Livro sobre a perseguição à Igreja em Espinho na I República apresentado na Biblioteca Municipal

No passado dia 7 de julho, a Biblioteca Municipal de Espinho acolheu a apresentação do livro Os Padres Desterrados – A Perseguição à Igreja em Espinho na I República, da autoria de Bruno Oliveira Santos. O autor, natural de Espinho e com várias obras publicadas na área da história, decidiu pela primeira vez abordar um tema da história local, revelando os episódios de hostilidade e violência que a Igreja sofreu após a implantação da República em 1910.

O livro baseia-se numa pesquisa documental nos arquivos municipais e diocesanos e conta como, em 1913, todos os padres de Espinho foram condenados a uma pena de desterro que os impedia de viver na cidade ou nos concelhos vizinhos por um período de tempo. O autor explicou que este ataque feroz à Igreja já vinha da monarquia constitucional, mas que se acentuou com a república, que encerrou e profanou igrejas, expulsou ordens e congregações e assassinou dois padres em Lisboa no dia da proclamação.

A apresentação do livro esteve a cargo de José Almeida, programador cultural, que elogiou o trabalho de Bruno Oliveira Santos pela sua originalidade, rigor e profundidade. José Almeida destacou que o livro é uma crónica consagrada às ideias e ao pensamento da sociedade portuguesa de inícios do século XX, que mostra como a república foi um acontecimento histórico anti-natural, estranho ao corpo pátrio, que representou o culminar de um longo processo de desnacionalização cultural e de laicização da sociedade portuguesa. O apresentador referiu ainda que o autor escreve numa prosa de sabor camiliano e vincada mordacidade queirosiana, socorrendo-se da realidade local de Espinho e de uma panóplia de personalidades históricas – nacionais e estrangeiras –, para narrar a violenta perseguição religiosa de que foi vítima a Igreja Católica em Portugal, na sequência da tomada do poder por uma elite republicana completamente divorciada do ethos e fundo religioso do povo português. José Almeida concluiu que esta obra desafia a reposição da verdade histórica, apontando o dedo ao jacobinismo maçónico-liberal que, há pouco mais de um século, nos procurou impor uma espécie de “Lei da Memória”, destinada a reescrever a nossa História e a reconfigurar os nossos mitos fundacionais.

Bruno Oliveira Santos é autor de “Histórias Secretas da PIDE/DGS” (2000), “Nova Frente – Textos da Blogosfera” (2006) e co-autor de “Linhas de Fogo – Manifesto de Cultura Lusíada para o Terceiro Milénio” (2001). Organizou a “Antologia Poética de Rodrigo Emílio” (2009) e tem colaboração dispersa por vários jornais e revistas.

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